todos os monstros
me acontecem
em silêncio
ou entre dois barulhos
que aparecem muito baixinho
(o silêncio é muito fundo
e escuro
e engole-nos para dentro dos pensamentos)
o medo também tem medo
do silêncio
e esconde-se debaixo da minha cama
para não o ouvir chegar
.
13 comentários:
monstros, silêncios,
medos, camas...
palavras que se colam, assustadas, porque há alguém na penumbra,
que não tem nome...
e escreve poesia...
"medo é a morte mal vestida"
Andrea Del Fuego
Excelente poema....
Beijos
tenho receio de ter medo
e não sei qual o segredo
de enfrentar a verdade
é capaz de já ser tarde
olho o relógio de pulso
e oiço um choro convulso
a verdade aqui tão perto
triste imensa qual deserto
faltam vinte para as três
olho-a nos olhos de vez
bebo-lhe o pranto salgado
a verdade foi passado
pergunto-me como é que nascem as palavras. cheguem de frança? no bico da cegonha? ou são feitas numa manhã de sexo tórrido? não sei. elas estão aí e eu só tive o trabalho de as escrever porque vida já elas têm.
o teu comentário meta-poético é muito reflectido... mais do que lhe queres dar a (a)parecer...
COITADOS DOS QUE NÃO APRENDEM
A OUVIR O SILÊNCIO
assusta-me tanta coisa....
levo do teu poema, uma espécie de autenticação e legitimação à fragilidade mais profunda.
como daí abaixo...também...o choro e os dias que se ovem por dentrO.
.beijO
movem
"autenticação e legitimação à fragilidade mais profunda"... bolas, o teu comentário é melhor que as minhas palavras... e eu só cá verti algumas...
“(…) Já reparou naquilo a que chamo a agonia do trabalho? Toda a nossa vida gira em função do trabalho. Quando se pergunta a alguém o que é, nunca temos a resposta: sou homem ou sou mulher. Diz-se: sou engenheiro, electricista, médico. Só se é gente em referência ao trabalho. Um desempregado sente-se um pária e, todavia, ele é gente, a coisa mais extraordinária que se pode ser(…)”.
Agostinho da Silva
Ao cuidado da Mui Digna Senhora Dona Marquesa de Shoneberg:
Deodato está vivo stopFoi para o campo de armas e bagagensstop
Não é o silêncio de baixo da cama que me incomoda, mas o das paredes nuas de um quarto sem tapetes, sem livros e sem um rádio ou cd's para onde eu me possa evadir...
CSD
Nem sempre o silêncio é escuro ou invisível, mas o chão sobre o qual caminha não deixa de ranger.
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