as minhas velas
não ardem até ao fim:
apago-as sadicamente
sufocando-as do ar
com que me consomem
ou esmago o caule da chama
no poço líquido da cera quente
(nas intermitências da luz
e da morte
escondem-se os fantasmas
que abrigo debaixo da cama)
apagadas
deixam-se ficar na memória
acesas e coradas
como uma memória
nunca acendo as velas que apaguei:
extintas não me queimariam
15 comentários:
SANTA A TUA PUTICE.
A TRAIÇÃO ÀS VEIAS?
INTERMINÁVEL
ABORTO
RETOCADO
...
a traição não é às veias... é às velas... mas pronto, à la limite...
:)
olá menina "escondida"....
______________________
com esse sorriso não tem porquê...:)))))))
beijo.
(piano)
Depois daquele comentário sobre o 25 de Abril (já lá vai, mas só agora tive tempo para isto), no blog Debaixo do Bulcão, eu tinha mesmo que "linkar" este mas no meu pessoal (Coisitas do Vitorino).
No Bulcão está o outro, da língua.
António Vitorino
Tens toda a razão, inominável...
O pior é quando quanto mais tentamos apagá-las, mais elas teimam em arder...
Beijo
CSD
Bonito poema.
Também acho que, depois de definhar a cera, é melhor não tocar mais nelas, nem com um fósforo!
Bjs
Adoro velas, a luz mortiça, o ambiente que criam. E adorei o poema, é mesmo assim, és mesmo assim.
Melhor esmagá-las na cera quente e líquida, melhor diluir-nos na cera quente que é a vida às vezes.
Beijo entre luzes e sombras.
eu percebi que era às velas...
:))
Idinha, já agora aconselho-te o fantástico livro "As velas ardem até ao fim"... bestial... podes ler a recensão bestial que a Cláudia Sousa Dias fez em "Há sempre um livro à nossa espera"... O livro é magnífico...
Eu fico daqui olhando para chama de cada vela queimando...Espetáculo!
Beijos*
Que delicadeza! gostei.
Um abraço e mto prazer. Laura
eu nunca apago as que acendi; queimar-me-iam.
ou seja
acho eu
que tenho sopro frágil e não quero dizer
(nem sei se isto quer dizer o que quer que seja...)
As velas são, elas mesmas, uma traição. Só por si.
Abre as velas ao vento ...
deixa-as navegar enfunadas pelo sonho ! que até pode ser ilusão ...
navegar é preciso ...
deixa-as ir
gostei da tua interpretação homónima, Isabel... vou fazer velas das velas que me servem de navegação...
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